Eleições 2018 em São Paulo

Por G1 SP — São Paulo


Rogerio Chequer, candidato do Novo ao governo de SP — Foto: Marcelo Brandt/G1

Rogerio Chequer (Novo) é entrevistado pelo G1 e pela CBN

Rogerio Chequer (Novo) é entrevistado pelo G1 e pela CBN

O candidato do Novo ao governo do estado de São Paulo, Rogerio Chequer, de 50 anos, reconheceu na manhã desta sexta-feira (21), em entrevista ao G1 e à rádio CBN, sua inexperiência na administração pública e disse que vai cobrar mensalidade de alunos ricos que estudam nas universidades públicas estaduais.

Fundador do Vem Pra Rua teve seu primeiro contato com a política quando se engajou no movimento que luta contra corrupção em 2014. “Mas isso ainda não é administração pública. Pra gente fazer isso do jeito certo mesmo não tendo experiência anterior só tem um jeito, a gente trazer pessoas que conhecem”, afirmou.

Em entrevista no estúdio da rádio CBN, em São Paulo, ele ressaltou que formando uma equipe técnica competente poderá administrar o estado e ter bons resultados. “A gente tem apenas três critérios para uma pessoa ser nomeada a um cargo no novo governo: competência, integridade e alinhamento com os princípios. Não serei eu que vou cuidar dos detalhes disso, mas serei responsável por todos eles através de pessoas com experiência, mantendo as pessoas do time que sou pessoas importantes valiosas e carregam o histórico de determinada secretaria.”

Rogerio Chequer, candidato do Novo ao governo de SP — Foto: Marcelo Brandt/G1

E apesar de ser do partido Novo e propor projetos diferentes, Chequer afirmou que não vai mudar tudo e nem trocar todos os funcionários comissionados.

“Tem um monte de coisas boas, tem pessoas boas, o funcionalismo está lotado de pessoas boas, a gente precisa identificar essas pessoas e afastar aquelas que estão lá por motivos políticos. Mantendo um quadro técnico capacitado pra isso a gente diminui bastante esse efeito de inexperiência anterior na administração pública.”

Parte 1: Rogerio Chequer fala sobre experiência na política e privatizações em SP

Parte 1: Rogerio Chequer fala sobre experiência na política e privatizações em SP

O candidato do Novo também afirmou que vai cobrar a mensalidade de alunos ricos que estudam em universidades públicas. "A maior parte dos alunos que chegam hoje na universidade estadual gratuita, são alunos que conseguiram pagar as melhores escolas. Isso cria uma injustiça social, a gente precisa fazer com que ou essa universidade tenha mais vagas e aí precisa de mais dinheiro, ou que essa universidade seja paga por aqueles que tiveram condições de pagar um ensino básico. Existe o caso da pessoa que conseguia pagar e hoje não consegue? Claro que existe, por isso que tem de ser feita uma análise técnica, não política, desse caso, e cobrar o que as pessoas puderem pagar", declarou.

Rogerio Chequer, candidato do Novo ao governo de SP — Foto: Marcelo Brandt/G1

Privatização presídios

O candidato pretende fazer uma parceria com a iniciativa privada para a administração dos presídios e diz que conseguiria interessados mesmo os presídios estando dominados por facções criminosas.

“A gente já tem exemplo disso no Brasil. Existe um presídio em Ribeirão das Neves, em MG, que tem um serviço totalmente privatizado, é uma administração que é feita em conjunta por uma empresa. Abriga presos perigosíssimos e já tiveram inclusive líder do PCC lá dentro", citou como exemplo.

De acordo com o candidato, o presídio mencionado possui equipamentos que impedem utilização de celular e os detentos trabalham internamente.

Parte 2: Rogerio Chequer fala de iniciativa privada, nova política e redução de deputados

Parte 2: Rogerio Chequer fala de iniciativa privada, nova política e redução de deputados

Política Nova

Chequer diz que vai fazer uma “política nova” e de forma transparente

“A gente está propondo fazer política é uma política nova, a política nova ela não teme as ruas, ela chama a rua para fazer as coisas junto com ela, eu pretendo fazer uma reunião semanal com a Assembleia Legislativa transmitida para as pessoas poderem assistir da live, para as pessoas poderem ver qual a proposta do governador e qual a resposta da Assembleia Legislativa, esse tipo de transparência vai ficar totalmente aberta ao escrutínio da população”.

O candidato ressaltou que vai propor a redução do número dos deputados na Assembleia Legislativa em um terço. “É um tabu na Assembleia Legislativa. Sim, na primeira reunião nós vamos falar sobre isso [redução dos deputados estaduais].”

Parte 3: Rogerio Chequer fala de financiamento do ‘Vem Pra Rua’ e apoio ao impeachment

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Temer

A participação do movimento “Vem pra Rua” foi decisiva na convocação de protesto que resultou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Questionado o motivo do movimento não ter se engajado para tirar o presidente Michel Temer (MDB) após denúncia de corrupção, ele justificou.

“Eu não votei no Temer. Eu não tenho nenhuma simpática especial pelo Temer. Mas o processo exige, que quando um presidente faz alguma coisa errada ele seja afastado e entra o vice, não importa quem é esse vice. Nunca entrou no nosso critério de tirar ou não a Dilma, a qualidade do vice”, declarou.

Ele disse que o movimento nunca protegeu o presidente Michel Temer. “Ao contrário do que muitos pensam, e isso pode ser checado na timeline do movimento ainda está lá, nós fomos o único movimento que pediu o afastamento de Michel Temer. Criamos campanha, criamos um ‘mapa afasta Temer’, para denunciar para a sociedade quais eram os congressistas que estavam se esquivando de afastar o presidente Michel Temer. Nenhum outro movimento fez isso”.

Parte 4: Rogerio Chequer fala sobre liberalismo, direita e educação pública

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Redução de Secretarias

O candidato também prometeu reduzir o número de secretarias existentes pela metade. Atualmente, o governo possui 25 pastas.

“Por que no governo ninguém teve coragem ainda de chegar e cortar o número de secretarias e a estrutura dessas secretarias pela metade? Vamos fazer isso no estado de São Paulo. [Reduzir] pela metade, de 25 a gente vai para 12 ou 13, a gente trazer junto, por exemplo, minas e energia, meio ambiente e agricultura tem que estar junto. Hoje a gente tem [secretaria] de agricultura brigando com meio ambiente um de cada lado precisa estar junto, essas pessoas precisam trabalhar junto para proteger o meio ambiente e ter desenvolvimento do agronegócio em SP. É só um exemplo”.

Parte 5: Rogerio Chequer fala sobre custo da Fundação Casa e gestão de presídios

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Mobilidade

Chequer diz que pretende fazer parceria com a iniciativa privada para melhorar a qualidade do transporte público, no entanto, ele diz que não irá privatizar.

“CPTM, o serviço é péssimo, trens lotados, estações lotadas, as pessoas não sabem que horas chega o trem, não conseguem se planejar, ele não chega em todos os lugares e as pessoas tem de ficar baldeando porque não tem uma análise de trens expressos e trens locais. Pior, a CPTM gerou no ano passado um prejuízo operacional de R$ 600 milhões. Ou seja, serviço ruim e custoso. Não tem outra solução a não ser trazer quem pode fazer investimento para prolongar os trilhos e melhorar a qualidade do serviço. Iniciativa privada de novo. Isso já foi feito no Metrô e está dando resultado", afirmou.

Para exemplificar sua ideia, ele disse que a Linha 4-Amarela, do Metrô, que é operada pela iniciativa privada, é mais econômica. "É uma linha que funciona com praticamente metade do custo operacional das linhas públicas. Metade, gente! É muita coisa, é uma operação muito mais eficiente. O trem para com 1cm para frente ou para trás ao invés de 1m para frente ou para trás. Por que isso é importante? Porque você pode colocar aquelas paredes de proteção que evita que pessoas possam ser jogadas ou cair nos trilhos. Por que tudo isso? Porque está sendo operada pela iniciativa privada. É mais barato, é mais eficiente."

"Eu pretendo privatizar o metrô de São Paulo e a CPTM? Não, eles continuam sendo do estado, mas o metrô vira uma central de inteligência para projetar novas linhas e contratar melhor a iniciativa privada para não ter esses problemas que aconteceram nas licitações."

Parte 6: Rogerio Chequer fala sobre parques, educação e mobilidade urbana

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Rogerio Chequer é entrevistado pelo G1 e pela CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1

Pinga-fogo

Redução da maioridade penal, contra ou a favor?
A favor.

Contra ou a favor do desarmamento?
Desarmamento parcial, podendo ter porte [de armas] em casa eu sou pessoalmente a favor. Pessoalmente, não é posição do partido. 

Contra ou a favor da legalização do aborto?
Tem que ser discutido pela sociedade o mundo está ficando diferente.

Descriminalização da maconha?
Obrigatoriamente tem que ser discutido pela sociedade. Pode melhorar a segurança. 

Vai aumentar a tarifa do transporte público?
Só na medida que for necessário para ter bons serviços. 

Foro privilegiado, contra ou a favor?
Absolutamente contra.

Privatização dos presídios?
Dos serviços dos presídios totalmente a favor.

Inspeção veicular de todo o estado?
A favor.

Progressão continuada?
Contra.

Uma qualidade e um defeito seu?
Uma qualidade é que eu tenho a esperança de que a gente pode transformar São Paulo num estado que é país. Um defeito é eu sou teimoso e mesmo tendo uma resistência incrível da velha política, eu continuo lutando para melhorar o nosso país. 

Parte 7: Rogerio Chequer fala sobre Bolsa Família, privilégios e problemas do Brasil

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Perfil

Nascido em São Paulo, Chequer tem 50 anos, cresceu em atividades na igreja (o pai foi seminarista) e cursou engenharia na Poli (USP). Iniciou a carreira no Deutsche Bank, morou em NY por 15 anos, e fundou, em 1992, empresa de investimentos em mercados emergentes. Voltou ao brasil em 2010 e, em 2014, fundou o movimento “Vem pra rua” com a motivação de pedir o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Entre as principais pautas que motivaram as manifestações do “Vem Pra Rua” estão: corrupção na política brasileira, o fim da impunidade, apoio à operação Lava Jato, o pedido do impeachment da presidente Dilma Rousseff e, posteriormente, o afastamento do presidente interino Michel Temer.

Parte 8: Rogerio Chequer fala sobre parcerias público-privadas e violência

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Entrevista com candidatos ao governo de SP

O G1 e a CBN realizarão uma série de entrevistas com os candidatos ao governo de São Paulo a partir de 10 de setembro.

Na entrevista, o candidato responderá a perguntas enviadas durante a semana pelos internautas e ouvintes.

Também responderá a perguntas elaboradas pelos jornalistas e, no final, passará por uma espécie de "pinga-fogo", em que será sabatinado e poderá responder apenas com “sim” ou “não”.

Um sorteio realizado na presença de representantes dos candidatos definiu a ordem das entrevistas, que começarão sempre às 11h, com duração de uma hora, no estúdio da CBN em São Paulo. As entrevistas serão transmitidas simultaneamente pelo G1 e pela CBN e delas só poderão participar os candidatos que puderem comparecer pessoalmente ao estúdio.

Parte 9: Rogerio Chequer responde a perguntas do ‘pinga-fogo’

Parte 9: Rogerio Chequer responde a perguntas do ‘pinga-fogo’

Veja a ordem das entrevistas

21/9 – Rogerio Chequer (Novo)

24/9 – Major Costa e Silva (DC)

(Obs.: as datas originais, definidas por sorteio, eram Skaf no dia 14 e Candido no dia 20; por questão de agenda, as candidaturas concordaram em trocar de data.)

O candidato João Doria (PSDB) não enviou representante à reunião. Dois dias antes, sua assessoria informou por e-mail que “o candidato do PSDB ao Governo de São Paulo João Doria agradece o convite para a sabatina mas não vai participar”.

Na entrevista, o candidato responderá a perguntas enviadas durante a semana pelos internautas e ouvintes. Também responderá a perguntas elaboradas pelos jornalistas e, no final, passará por uma espécie de "pinga-fogo", em que será sabatinado e poderá responder apenas com “sim” ou “não”.

Caso algum dos candidatos não compareça, um texto informando sobre a ausência será publicado e destacado na página principal do G1 e lido na rádio CBN.

Envie sua pergunta

Os interessados em fazer perguntas podem usar a hashtag #cbng1 nas redes sociais.

Só serão aceitas questões pertinentes ao processo eleitoral. A escolha será feita por jornalistas do G1 e da CBN. Perguntas que ofendam a honra e a moral dos candidatos serão desconsideradas.

Rogerio Chequer é entrevistado pelo G1 e pela CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1

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